domingo, 21 de fevereiro de 2016

Domingo de sol nas águas do açude em Sertão Mamoeiro - parte um.



                 Vamos todos pra feira,  hoje é sábado e Salgueiro está a nossa espera.  

 "O Ser tão Mamoeiro faltou pouco pra virar."Melhor dizendo o barco de Zé Neco"





Levantamos as ancoras, isto é, soltamos as cordas e começamos navegar rumo ao outro lado. Mesmo antes da existência do açude as pessoas do Mamoeiro já usavam este termo
outro lado “ Vamos pro outro lado. “ “ Eu moro do outro lado“ ou coisa assim e etc.

Neste exato momento iniciamos nosso passeio aventura propriamente dito.
Sol forte batendo na cara, água pra todo lado, conversa vai conversa vem, aí
também bate a lembrança de quando não havia o açude e como era tudo antes daquele mundo de águas.

Atrás fica a  antiga casa de Manoel Neco e Sra Regina,  o antigo bebedouro dos animais e o velho juazeiro grande. Olhando pra nossa direita vemos o riacho por onde chegam 
as águas do "Riacho do Baião" que  nascem na Serra da Margarida.  
Águas que  passam pelo açude de Grossos, atravessam  a BR-232 e continuam por muitas roças e plantações, entrando no “Sertão Mamoeiro” pelas terras de Ângelo
 Domingos e chegando onde hoje são as roças de Expedito e Joaquim Antônio.      

Um pouco a nossa frente havia muitos pés de Marí ou Marizeiros e só então, as águas chegavam e chegam onde antes havia a velha  cacimba  dos Neco.   Cacimba essa que em outros tempos abastecia de água metade do Sertão Mamoeiro.     

(A maravilhosa cacimba, as novenas,  o terreiro e os dois juazeiros da casa de Manoel Neco,  as quatro casas de farinha entre tantos outros lugares contam boa parte da historia do Sertão Mamoeiro )

Agora estamos mais ou menos sobre onde antes havia a velha cacimba, do lado direito
o simbólico cajueiro com sua enorme sombra (Sombra mansa) na frente o pé de Pajeú bem conhecido também.  Avançamos mais um pouco e agora temos a esquerda a olaria
onde produzíamos telhas e tijolos que ainda hoje encontramos nas paredes e telhados das casas  do  Sertão Mamoeiro.

Olhando a direita um pouco alem avistamos os três imbuzeiros, o imbuzeiro do sanharó e os dois outros que ficavam no meio da roça na parte alta entre os dois riachos ou rios,  
como queiram.  Agora estamos saindo da parte mais profunda do açude e chegando em uma profundidade media.

A esquerda avistamos a casa de Olímpio e Jerusa, um pouco mais a frente (Casa Nova) 
de Romão Neco e Maria Pereira sua prima e esposa.
Continuando  olhando para a esquerda  podemos ver a velha  casa, onde eu nasci
e me criei.   Casa essa que foi de Antônio Manoel da Silva (Antônio Neco) e Josefa Pereira de Lima,  meus avós maternos.   Por ali existia um grande pé de mandacaru,
uma bonita aroeira e o meu pé de imbuzeiro, onde o menino "goré" C?cero gostava
de ficar nos galhos mais altos olhando, bois e boiadas, cavalos e cavalheiros e mais
quem por ali passasse.
Até porque os galhos do imbuzeiro ficavam em cima da estrada Grossos/Verdejante.

Lembrança que não quer calar.   


Lembro aqui do bom terreiro de terra batida, (Terreiro pra bater feijão) das cancelas,
porteiras e passadores de cerca que eu saltava por cima. Lembro também dos caminhos,
veredas, quebradas, barrocas, grotas, e dos angicos dois bravo e um outro manso.

Encontro Marcado: Temos encontro marcado no próximo domingo aqui nas águas do açude em Sertão Mamoeiro. Aguardem...

"O Ser tão Mamoeiro" Tem marca, família, nome e história.



 Sertão Verdejante-

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