Sertão Mamoeiro / O VELHO, O MENINO E O BURRO.

Navegando no Facebook encontramos um pouco de tudo.

Outro dia em um “post” de Ana C. Pereira encontrei algo que falava,
mais ou menos assim: “ se sou magra, me criticam”   “se engordo, reclamam”
“se faço, criticam”   “se não faço, também” 

Foi aí que  lembrei de alguma coisa que o sr. Agostinho Moreira de Barros, (pai)
me contou, quando eu tinha uns dez anos de idade. Nós estávamos a caminho
da roça como era comum, as pessoas no sertão verdejante iam e voltavam  todos
os dias de  suas roças.

                       O VELHO, O MENINO E O BURRO

Um velho resolveu vender seu burro na feira da cidade. Como iria retornar andando,
chamou o neto para ir também. Então o velho falou pro neto monta você, que eu vou
puxando o burro, é mais seguro.   Logo encontraram uns gaiatos: - “ Vejam só que
velho tonto, o menino que é novo e forte montado e ele que é velho e cansado a pé!”






Resolveram então que o menino desceria, e o velho agora é que iria montado.
Mais na frente tinha uma lagoa e algumas mulheres  lavando roupa e fuxicando.


As mulheres começaram a comentar: - “ Meu Deus do céu!  “ O menino coitado a pé
e o velho malvado montado na maior folga.”     E agora o que fazer?  Então vamos
os dois montados,  o velho na frente e menino na garupa e foram em frente…
Não demorou muito encontraram uma turminha de estudantes saindo da escola
e tome criticas:  - “ Que absurdo! onde já se viu?  desse jeito vocês vão matar o
pobre do animal!. “ 

 Diante disto, o velho resolveu que ambos agora iam caminhando,
enquanto puxavam o burro. Imaginando que assim estaria solucionando a pendenga.
Ledo engano, logo aparece umas senhoras e começam a cochichar e mangar dos dois:
-“São mesmo uns abestados!  Idiotas!  O velho e a criança andando a pé,enquanto
puxam um animal tão gordo e forte”.      Como ultima tentativa, pegaram o burro
e botaram nas costas e seguiram estrada a fora.

Cada vez que passavam por alguém, era só risada!
– Olha só os dois burros carregando o terceiro!
– Bem feito para nós. Que a gente já faz muito de pensar pela própria cabeça,
–  e ainda quer pensar pela cabeça dos outros. Agora eu sei por que é que meu pai dizia:
“Por mais que se faça, nunca ninguém tapará  a boca do mundo!”
“Quem quer agradar a todos, nunca  agrada nem a si nem a ninguém!”
 

Moral da estória: Não devemos nos apegar às críticas, de qualquer forma vão nos  criticar.
O que não significa que devemos fazer  “ ouvidos de mercador ” não ouvir tais criticas.

"Pereira Barros"

 

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